O que é ser um campeão?

Passada a Copa do Mundo e cada vez mais próximos da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o cenário torna-se ainda mais favorável para se debater os valores do esporte, suas simbologias e aplicações, tanto pela ótica do mercado como da sociedade em geral.

Embora país sede dos maiores eventos do mundo, nossa interpretação do potencial do esporte enquanto fenômeno social e de transformação parece ainda limitada, enraizada numa visão cartesiana do simples ganhar e perder.

No futebol já tachamos a “conquista” de um vice-campeonato mundial, em 1998 na França, como fracasso histórico. Criamos até uma CPI para procurar aceitar um dos ensinamentos mais básicos e nobres do esporte: saber perder.

Já no recente 7 a 1 em terras tupiniquins, toda comoção pré-semifinal de repente se transformou numa inércia quase que silenciosa dos anunciantes. Como se não houvesse relacionamento a ser mantido e conteúdo a ser gerado após uma derrota, por mais traumática que tenha sido.

No mundo olímpico, onde os valores deveriam ser ainda mais destacados, permitimos que uma geração única do vôlei mundial encerrasse uma década de inúmeras vitórias através da perda da medalha de ouro, e não da conquista da prata durante os Jogos de Londres em 2012.

Agora com a pressão de competir em casa, fica a apreensão em ver se muitas serão as histórias de derrotas que a mídia transformará heróis em vilãos e expectativas em fracassos.

Então vem a reflexão: afinal, o que é ser um campeão?

Na primeira maratona feminina olímpica da história, nos Jogos de Los Angeles em 1984, a suíça Gabrielle Andersen emocionou o mundo ao chegar na 37ª colocação. Sim! Ela estava entre as últimas colocadas.

Com 39 anos, a atleta que cruzou a linha de chegada no seu limite físico e mental, literalmente cambaleando, é considerada uma grande campeã por muitos. E porque não seria?

Após a prova ela disse que sua força veio do fato daquela ser sua única oportunidade de disputar uma Olimpíada. E completar a maratona era o seu grande objetivo, principalmente porque se falava que as mulheres não tinham condições para tal – fato que justificava a demora da inclusão desta modalidade no programa feminino.

Histórias como essas nos fazem questionar até quando continuaremos deturpando o lema olímpico que diz que o mais importante é competir. A questão não é deixar de lado a vitória, muito pelo contrário. Afinal, é exatamente isto que nos motiva a superar desafios, a buscar a excelência e a sermos melhores, principalmente, que nós mesmos.

Entretanto, atribuir o rótulo de vencedor apenas aos primeiros colocados é uma forma de restringir os feitos dos atletas a medidas de distância, tempo e força. E todos nós sabemos que não é possível medir persistência, determinação e superação, entre tantos outros admiráveis valores.

O nosso próprio César Cielo chegou a afirmar em algumas situações que sua felicidade ao ganhar a medalha de ouro não era plena porque ele não havia feito seu melhor, atingido seu objetivo pessoal.

Fato para fazer dele menos campeão? Lógico que não! Apenas mais um exemplo para justificar que ser campeão é, acima de tudo, um estado de espírito.

Depende das suas metas. Depende de você.

E considerando o mundo conectado em que vivemos, depende também de como e o que se fala de nós.

Bruno Teixeira

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Patricia Dalpra é Estrategista em personal branding e gerenciamento de carreira.

O trabalho que Patricia Dalpra desenvolve surgiu de uma vontade e de uma certeza: vontade de levar pessoas e empresas a crescer, alcançar seus objetivos de negócios e de imagem e se relacionar melhor com outras pessoas e empresas; e certeza de que um trabalho estruturado de gestão de imagem e carreira é um dos melhores caminhos para se chegar lá. Ao longo de mais de uma década, a Patricia Dalpra já trabalhou para centenas de profissionais, executivos, empresários, atletas, instituições e empresas.

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