A psicologia presente em pequenos e aparentemente inocentes hábitos do dia a dia pode ser impressionante. Quando nos damos conta do seu efeito e poder, pensamos: “como não percebi isso antes”? E é com esse intuito que criamos o artigo de hoje!
A arte de contar histórias
Em 2013, um palestrante participou de um dia especial para um grupo da terceira idade, num evento no Rio Grande do Sul. Ele fez truques de mágica, palestrou e contou histórias sobre as suas experiências pessoais.
O foco da palestra era motivacional, sobre a importância da felicidade. Ao dividir suas histórias, de maneira apaixonada, incentivando os espectadores atentos a lutarem pela felicidade, frente a todas as dificuldades, ele arrancou lágrimas dos presentes. Ao final do evento, um deles disse: “Obrigado. Tenho 85 anos e você acabou de me devolver uns 20”.
Você acabou de ler um exemplo real e efetivo de um storytelling. Uma prática de forte cunho psicológico que tem o poder de influenciar ouvintes sobre uma situação, uma marca ou sobre você.
O conceito de storytelling
Storytelling é uma ferramenta com grande poder de direcionar pessoas para que elas enxerguem uma situação sob um ponto de vista, construindo um pensamento favorável, através de uma história. Os benefícios desta prática são incríveis:
- Humaniza aquele que conta a história, quebrando uma barreira invisível que fica entre o apresentador e o ouvinte, quando apenas estatísticas e teorias são utilizadas como argumentos.
- Serve de exemplo e comprovação de uma determinada ideia que é foco central da história contada. É algo como dizer: “viu como é verdade?”
- Cativa sentimentos de participação, que faz com que o ouvinte deseje vivenciar algo semelhante ao que escutou.
- Liga a chave que ativa a propaganda boca a boca, afinal, uma boa história tem que ser passada adiante! Quem não reconta algo motivador, que lhe causou admiração?
A construção de uma imagem profissional
Profissionais da gestão de carreiras descobriram o poder do storytelling: seu efeito sobre o personal branding é incrível. A história se liga imediatamente à imagem de seu protagonista. O profissional deixa de ser visto como um “currículo formal”, uma coleção de adjetivos que pode ou não ser real (“quem garante que ele é o que diz?”) e passa a ser a certeza de que ele realmente é aquela pessoa, porque tem uma história que comprova isso.
Histórias familiares ou pessoais com forte apelo emocional são muito efetivas, pois de imediato trazem a ideia inconsciente para o ouvinte: “ele realmente é o que diz, o que ele contou comprova essa característica!”.
As estratégias do storytelling e sua ligação com os objetivos
Claro, é preciso ter cuidado e planejar o storytelling para construção dessa ideia, porque ela — mesmo se mal utilizada — grudará na imagem de quem conta a história. E fica difícil se desfazer disso. Por isso, tenha atenção a alguns aspectos:
- Use doses calculadas de bom humor, que quebram o gelo. Além de um ritmo envolvente que conquista o ouvinte, isso cria a sensação de expectativa por um desfecho, um clímax, que é a mensagem principal do storytelling.
- Essa mensagem precisa ser clara sobre o seu significado e contribuir para a imagem que se quer passar: alguém que não perde as oportunidades, que está sempre disponível, preocupado com a sociedade, etc. Independente de qual for, ela deve estar límpida no desfecho.
- Faz parte do tempero do storytelling um toque emocional. A emoção conquista, envolve e desperta vontade de passar adiante a história ouvida, de compartilhar a mesma mensagem.
- Pense em quem vai ouvir. Leve em consideração a crença, cultura, os aspectos sociais, corporativos e seus preconceitos. Seja cuidadoso selecionando as ideias e palavras apropriadas para destacar sua história.
- Pratique antes. Conte a história para si mesmo, diante do espelho e para pessoas de confiança. Garanta que ela surtirá o efeito desejado e passará a imagem esperada.
- Envolva-se, comprometa-se, olhe nos olhos, expresse emoções aos seus ouvintes.
- Pense em nome de grandes e convincentes palestrantes e você encontrará ocasiões em que ouviu as suas histórias e como elas ficaram impregnadas na personal branding dele.
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